CORRUPÇÃO: MAIORIA DE SILÊNCIO

Luís Montenegro não perdeu tempo e tomou a iniciativa, avançando para uma ampla negociação com os partidos políticos, para combater a corrupção.  A oportuna diligência, a ser liderada por Rita Júdice, ministra da Justiça, conta à partida com um ponto em comum: todos, todos, todos, da esquerda à direita, continuam a silenciar a proposta de autonomia financeira de quem investiga o crime.

P. S. Nem as palavras da PGR foram suficientes para quebrar o muro de faz-de-conta. Nem mesmo André Ventura foi capaz de dizer uma única palavra sobre um debate que continua em cima da mesa.

UM FUTURO QUASE FEITO SÓ DE PASSADO

«Apesar dos protagonistas centrais serem novos, houve demasiado enleio com o passado e falta de coragem para afirmar uma visão de futuro. (...) É pouco para o que temos pela frente, no limiar dos 50 anos da Revolução de Abril e com o deslaço que se sente na sociedade portuguesa».

À BEIRA DOS 5O ANOS DE ABRIL

 

COSTA E MARCELO: CONTRIBUTO PARA A CAMPANHA

Para aqueles que já esqueceram o que foram os últimos 8 anos nada melhor do que atentar às palavras de hoje do PM demissionário e do (ainda) presidente: António Costa oferece segurança aos líderes partidários, decisão que depende da prévia avaliação da PSP, como se fosse dono do Estado; Marcelo Rebelo de Sousa trata uma questão de segurança interna em termos de mais ou menos eficácia. No dia 10 de Março, a resposta é dos portugueses.

ALTA (IN)DEFINIÇÃO

«O desvario é universal, faltam referências, o escrutínio de instituições credíveis e até a análise e o comentário independente e idóneo».

AMBIÇÃO EM TEMPO DE CAMPANHA ELEITORAL

Os discursos inflamados em campanha eleitoral, aos quais não se segue o devido escrutínio da comunicação social, são reveladores: para uns, a ambição é o novo aeroporto de Lisboa e o TGV, para não falar de outras aventuras "gasosas"; para outros é fazer com que as pensões tenham a equivalência ao salário mínimo, uma espécie de última fronteira de dignidade. Dá que pensar!

CALENDÁRIO DOS DEBATES DOS LÍDERES PARTIDÁRIOS

Começam, hoje, os debates entre os líderes partidários.

TEMPOS INSANOS

«A crise na comunicação social é apenas mais uma consequência desta promiscuidade, falta de prioridades e valores, acrescida do intolerável distanciamento e até abandono dos cidadãos. Aliás, é arrepiante assistir à vulnerabilidade de cada um dos portugueses face ao Estado e à sua Administração novamente retocada de rosa».

SINAIS À DIREITA E À ESQUERDA

Os partidos da direita estão a dar sinais negativos – será arrogância? –, mesmo face aos partidos da esquerda enredados em mensagens e estratégias contraditórias. O novo incidente com um jornalista, numa acção do Chega, e o desfile do "velho" PSD, agora recuperado por Luís Montenegro, são surpreendentes, e deixam dúvidas em relação à almejada mudança por parte dos cidadãos. Foi assim que Rui Rio perdeu duas vezes.

LISTAS DE DEPUTADOS E OS ERROS

O frenesi que por aí vai na elaboração de listas para deputados continua a agitar a bolha mediática. Muito do que se passa na Assembleia da República, hoje, que não se deve repetir, passa por cada um dos líderes partidários ter constituído uma bancada parlamentar à sua imagem, repleta de fiéis e ignorando as tendências críticas e os adversários candidatos à sua sucessão.

MAIS FESTA, PÁ

O concurso público internacional para o primeiro troço TGV (Alta Velocidade Lisboa – Porto), que ligará o Porto a Oiã, no distrito de Aveiro, é hoje lançado. As clientelas, os partidos e demais afins regozijam-se, indiferentes a quem tomba sem cuidados médicos, a mais sem-abrigo, a escolas sem professores e aquecimento, a jovens e mulheres em idade fértil a dar à sola e à criminalidade cada vez mais violenta. Não merecem respeito, nem perdão.

CHEGA, AGORA JÁ É (QUASE) TARDE

«Sim, é possível reverter o fenómeno, no limiar do meio século sobre a Revolução dos Cravos, mas não se vai lá só com conversa ou confronto. É preciso ir à base, que originou e cresceu a partir das circunstâncias e oportunidades criadas por quem tinha o poder político e institucional».

MADEIRA: UM ESTRANHO SILÊNCIO

Sérgio Gonçalves, líder do PS Madeira, acusou o presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, de um súbito enriquecimento desde 2015.  Ora, 72 horas depois, mantém-se um estranho silêncio. Nem mesmo a campanha eleitoral na Madeira provocou reacções dos líderes regionais e nacionais dos partidos políticos. Apenas uma vaga e irónica resposta de Miguel Albuquerque na linha do "colonialismo do continente".

P. S. Do Ministério Público, nem uma palavra.

EM BUSCA DOS DOCUMENTOS PERDIDOS

O fantasma de Sócrates volta a pairar sobre a política e a sociedade portuguesa depois da notícia do Correio da Manhã que dá conta que um Banco perdeu documentos de António Costa.  O silêncio da Associação Portuguesa de Bancos é tão pesado como a ausência de reacção dos  partidos com assento parlamentar. 

P. S. Será que é desta que o Ministério Público emite um comunicado? E esclarece a misteriosa razão pela qual o comunicado sobre as buscas à SAD do Futebol Clube do Porto está inacessível.

JUSTIÇA SEM RUMO

«Fica um vazio estranho deixado pelas organizações de combate à corrupção que ou foram criadas e tiveram vida curta ou nunca conseguiram assegurar uma ação efetiva. (...) A confusão legal gerada pelos partidos políticos e a Justiça a navegar à vista e sem rumo deixa os cidadãos cada vez mais descrentes nas instituições e sem saberem em quem podem, ou devem, acreditar».

E PASSADO MAIS DE UM ANO DA MAIORIA ABSOLUTA DO PS

Arrancam mais negócios com os Media! Os fundos controlados por offshores mantêm isenção de IRC. E a Justiça vai investigar mais partidos políticos, embora ainda sem confirmação de buscas aos antigos e actuais líderes partidários. Entretanto, hoje, reúne o Conselho de Estado para fazer de conta que Marcelo Rebelo de Sousa existe politicamente. Mais palavras para quê?

COSTA JÁ SE SENTE ACIMA DAS REGRAS PARLAMENTARES

O triste espectáculo do primeiro-ministro no Parlamento, ignorando todas as questões colocadas pelos deputados, a propósito da escala técnica (1), abraço a José Mourinho (2) e o convite da UEFA (3) para a passeata a Budapeste, confirma a soberba do "estadista" António Costa. E mais: revela uma retrógrada, saloia e perigosa concepção da democracia.

P. S. Os socialistas deviam despertar depois de assistir à comparação do seu líder com André Ventura, outro amigo de Viktor Orbán.

O "NÃO INTERESSA NADA" É IRREPETÍVEL

«Passados 13 meses, seja qual for a saída para a actual crise, a situação é bem diferente por seis razões. A desgovernação, a corrupção e a falência do Estado Social e de Direito são brutais; os novos actores políticos travam a “estabilidade” do Bloco Central; o PRR está a gripar; as sondagens estão descredibilizadas; o fantasma à direita está esvaziado; e, por último, o controlo dos Media é contrabalançado pelas redes sociais».

PRAÇAS SOCIALISTAS

Depois do novo escândalo que envolve Fernando Medina, revelado pela CNN Portugal, já está em cima da mesa uma nova rábula, não vá o diabo tecê-las, para dourar a pílula de governantes sob indiciação/suspeição policiais públicas: a formalidade, sob a forma da assinatura de cruz e de constituição de arguido.

P. S. Há um antes e um depois do questionário 34/36, sob a batuta de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, para tudo continuar na mesma. 

TRIBUNAL DOS PARTIDOS

«Não é de estranhar que o Tribunal Constitucional, uma vez incumbido de controlar os rendimentos e património dos políticos, tenha optado por nada fazer».